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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Respeitando o Tempo...

Olá, 
acabo de chegar do aulão do CIEP e hoje tive vontade de escrever algo completamente atípico do que costumo redigir por aqui: o primeiro contato do meu namorado com a capoeira. É atípico pois é muito pessoal, mas, sempre fui adepta da teoria de que qualquer informação agrega à qualquer pessoa. Então...

Mesmo com algum tempo de namoro, o Pedro ainda não havia presenciado nada  de capoeira comigo, nenhuma roda, nenhuma aula, nenhuma música. Tive algumas oportunidades de levá-lo em algumas ocasiões, mas sempre achei que fizesse sentido levá-lo, pela primeira vez, em algo que enchesse os olhos, que fosse minimamente grande, ou um pequeno espetáculo. Imagina, se eu o fizesse acordar às seis da manhã para pegar metrô, baldeação e mais um ônibus para ir ao Jardim América em um domingo de sol, era capaz de ele pegar birra com a minha paixão e não querer ir a mais nada! Por isso achei que o aulão hoje seria um ótimo início. Próximo à sua casa, em um horário agradável e com uma boa comoção de capoeiristas fazendo o seu melhor, ainda mais hoje, em uma pequena memória ao nosso Camisa Roxa.

Quando ele chegou já havia acabado a travessia de floreios, uma das partes que eu queria que ele visse, pois é a que enche mais os olhos leigos. Eu estava bem nervosa, pois aquilo significava muito para mim. Eu iria descobrir finalmente se poderia compartilhar, nem que fosse um pouquinho, um grande amor com o outro! Ou seja, a capoeira com o Pedro. Acho que só capoeiristas poderiam entender o quanto essa relação pode influenciar na vida de alguém.

Começaram alguns jogos de benguela. Eu olhei para ele, ele estava no celular. Mais outros, ele havia sentado. Fui jogar para ver se conseguia prender um pouco do seu olhar e nada. A minha esperança era o São Bento Grande - ele adora ação! Foi quando finalmente o vi bocejar e resolvi acabar de vez com aquilo, estava sendo uma tortura para mim! Dei um beijo nele e falei para ele ir encontrar os amigos, que estavam em um bar por perto, e que já já ia encontrá-lo.
E murchei na hora. Incrível como aquilo me afetou. Meus jogos saíram completamente confusos; agressivos e impensados. Resolvi ficar de fora e extravasar minha energia batendo palma, mas não saía. Eram fracos estalos com respostas de coro mais baixas ainda. 

Ele não tem a sensibilidade tão aguçada quanto a nossa para detectar tamanha emoção na capoeira? Não. Mereço menos ele agora do que merecia antes? Tão pouco. Será que ele pode aprender a gostar de capoeira aos poucos? Não sei. O que acham? É sempre amor à primeira vista? Essas coisas simplesmente acontecem. Não conseguimos, aliás, nem podemos, ser iguais em tudo. Graças a Deus! Mas naquela hora eu simplesmente não conseguia enxergar nenhum lado positivo nisso.


O aulão já estava acabando, estávamos todos assistindo à roda final, quando o vejo retornar e espiar os jogos curiosamente. Muito provável que ele tenha feito isso por mim, para demonstrar que quer estar ao meu lado em momentos como esse, e não por ter se identificado com a capoeira. Mas... obrigada, céus! Há uma esperança! Como não tenho como ilustrar esse post de nenhuma maneira, vai uma foto do aulão. Que, aliás, foi tirada pelo Pedro:


Um comentário:

  1. Adorei este post Cristal! E msm que o Pedro não se apaixone pela capoeira como se apaixonou por vc ele vai aprender a admirar e respeitar através dos seus olhos! ;)

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